quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

30 de janeiro - dia da saudade

Saudade - sentir falta de algo, acontecimento ou alguém.
 
Qualquer pessoa sentirá saudade. Inevitavelmente. Umas mais do que outras é certo, mas existirá em qualquer Ser Humano. Há sempre um momento ou alguém que nos marcou e que, na sua ausência deixa um vazio. A saudade faz juz à célebre frase "Oh tempo volta para trás".
 
Na verdade nos dois opostos da saudade existe a esperança e .... a depressão.
A esperança que esses bons momentos passados nos projectem para outros melhores no futuro é uma saudade caracterizada por um "até já alegria". A depressão, pelo contrário, surge na tristeza das memórias de acontecimentos passados que não voltam mais, é um olhar para trás e não ter a capacidade de nos projetarmos no futuro.
 
Hoje, é com melancolia que recordo boas pessoas e bons momentos da minha vida.
 
Os meus padrinhos por quem eu faria tudo para os ter um minuto apenas comigo para lhes dizer tudo o que não lhes disse em vida: que os amo, amo, amo e amo e que por eles faria tudo.
 
Os bons momentos em família, a alegria e o êxtase do meu casamento, a magia da gravidez... sinto saudades disso... e saudades de pessoas que queria mais perto de mim...
 
Mas do que sinto mais saudades... é das coisas simples da vida que me faziam tão feliz.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O medo da solidão

Solidão não é necessariamente estar só. É também sentir-se só... profundamente só. E quando mais medo sentimos da solidão, mais ela toma espaço na nossa vida. Casamos ou namoramos para ter alguém, mas nem sempre estar acompanhado é... ter companhia.

Solidão procura solidão e, quanto mais uma pessoa se isola, à medida que o tempo vai passando, mais isolada quer estar. Quando as pessoas se apercebem que a solidão é a sua companhia, o rosto entristece, a alma desvanece, um forte pesar parece invadir o pensamento. O cenário torna-se deprimente. O futuro sem esperança.
 


Houve momentos passados que me senti assim... confesso. E na verdade, mesmo rodeada de mil e uma atividades a solidão pode tomar conta de nós de uma forma assustadora, porque com ela, a solidão traz consigo milhares de sentimentos negativistas.
 
Segundo um sociólogo americano, Roberto Weiss, a tendência para a solidão surge mais em individuos do sexo feminino, normalmente entre os 18 e os 25 anos e são os momentos de mudança decorrentes da nossa vida que pode trazer consigo este sentimento: o desemprego, a saída da faculdade, a mudança de residência, um divórcio, a maternidade, a saída da casa dos pais, entre outros. A mesma pesquisa de Weiss refere que a solidão é maior nas pessoas solteiras mas em contrário, as pessoas divorciadas e viúvas são quem mais sofrem com este paradigma. Existe outro padrão, as pessoas que se sentem só têm por hábito ver televisão (horas e horas) - 60%, e ouvir música - 57%. Acrescento, por senso comum, que as pessoas que se sentem só, dispõem de várias horas ao computador, sendo os jogos virtuais e até mesmo as redes sociais duas dessas ocupações solitárias.
 
Na verdade, as histórias de solidão mexem comigo. Fazem despoletar a Maria Madalena que sempre existiu em mim. Foi ontem, na espera de uma consulta no Centro de saúde que me daparei com mais um caso de solidão. Neste caso, solidão não só psicológica como física. E ambas me comovem....
 
Encontrei um homem idoso que me parece ter sido esquecido por todos. Terá família, sobrinhos, filhos, algúem que lhe dê amparo? Um homem idoso que foi esquecido por todos, que anda pela vida como um fantasma que ninguém vê, a quem ninguém liga, incapaz de criar uma reacção em ninguém. Ali estava ele, sentado, em silêncio, e ali esteve durante horas e horas, quase que como transparente. Quando se tentou levantar, já desidratado de não comer e de os músculos terem estado em inatividade aquele tempo todo, não o conseguiu. Não se sabia explicar, nem o que estava ali a fazer nem como ir para casa. Consigo trazia um saco de plástico com o papel da alta do hospital de há uma semana e uma caixa de comprimidos. Ali estava aquele homem... sozinho e desamprado num mundo e numa sociedade em que os idosos são uma população a descartar devido à azáfama que pauta as vidas dos cidadãos contemporâneos.
 
Há muita gente sozinha por este mundo fora. Não só idosos, mas mulheres que foram amadas, que amaram, que tiveram filhos que hoje lhe ocupam parte dos dias, mas que depois, quando o sono os leva para a cama, perdem a vida, deixam de ser mães e também não conseguem sentir-se mais nada, nem mulheres, nem amigas, nem pessoas que podem voltar a ser amadas por outro homem.
 


Eu própria já me senti assim. Na verdade, a mais dificil das tarefas é conseguirmos dar a volta olhando para tudo o que a vida tem de bom. A nossa vida pode não ser de facto o conto de fadas que idealizamos desde pequenos e nem a vida que tão pouco ambicionamos. Mas existe tanta gente com muito menos que nós. Gente que passa fome, gente que perdeu os filhos, os pais, gente doente que luta para viver e gente que mesmo contra todas estas vicissitudes, sabe ser feliz com o que a vida lhe reservou... e que é tão pouco.
 
O que sei, apenas, é que temos que nos agarrar ao que temos de bom, mostrar um sorriso a quem gosta de nós para conseguirmos receber outro em troca. E se para quem está sozinho isso vale alguma coisa, para quem vive em solidão poderá valer ainda mais.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Change

De facto, faz um mês que não enriquecia este blogue. Um mês em que deixei de colocar desabafos de tudo e mais alguma coisa. Na verdade, os últimos tempos não têm sido propícios a qualquer inspiração digna de ser aqui colocada.
A entrada de um novo ano traz sempre consigo uma mensagem de esperança e desejos de uma nova vida e novas concretizações.
Para mim, a entrada de 2013 trouxe consigo o peso do desemprego e a consciência que este novo ano será ainda mais dificil que o que termina.
Pela primeira vez... estou desempregada (lá diz o ditado que há uma primeira vez para tudo!).
 
Que esta rasteira seja uma oportunidade..... para mudar.
 
 
"A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro."