terça-feira, 12 de novembro de 2013

“Refazer a vida”. Será isso voltar à estaca zero?

Já o aqui disse. Não serei a única a sentir a vida e os anos gloriosos da juventude a fugir por entre os dedos. Depois da euforia e da rapidez com que vivemos as grandes alterações da nossa vida nos vinte, a estagnação e o sentimento de pré-reforma para a vida dos trinta, chega num ápice.

Eu acabo de acordar para essa realidade.

Um casamento, que deixou de ser casamento há muito para passar a ser uma relação de quase desconhecidos, uma filha a cargo e o enorme pesadelo do desemprego. Para quem já quase tudo teve, neste nada, a M. é o meu tudo.

Este é o cenário.

Mas porque terá sempre que acabar a fase dos sonhos, ilusões e da paixão? Porque não podemos nos trinta, e em todas as fases da nossa vida, estar embebidos deste espírito? Porque é que as nossas opções válidas num certo período da nossa vida, deixam de fazer sentido noutro? E porque, com isto tudo, sentimos que falhamos?

Refazer a vida, começando pelas pequenas coisas, entre elas a liberdade, um novo trabalho, uma nova cidade, dando oportunidade de conhecer novas pessoas não é tarefa fácil e, quando acontece, sentimo-nos estranhos, desajustados. Tanto tempo feitos às mesmas rotinas, aos velhos hábitos, às mesmas conversas de sempre, aos lugares tão comuns e que já considerávamos nossos, torna-nos mais vulneráveis e faz-nos vacilar.
 
Irremediavelmente um refazer a vida leva-nos de novo à estaca zero, ponto de partida recheado de lágrimas, insegurança, desgosto e acompanhado ainda, de uma casa e uma cama vazia.

A este nível deveríamos ser todos seres materiais, fechar para obras e balanço e com isso, fazer a retrospectiva da nossa vida.
 
Acredito que todas as experiências vivenciadas tornam os nossos balanços positivos pelas aprendizagens que delas se retiram. No entanto, triste será constatar que deixamos de fora grandes sonhos e os trinta já não nos deixam embarcar em grandes aventuras.
 
 
 
Por outro lado, encontrar alguém em casa e uma felicidade simulada não será mais válido do que todos os sonhos já perdidos e uma felicidade que dificilmente será alcançada neste cenário atual?já

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Fugir ou ficar. Eis a questão.

É certo que os problemas, a crise, o dinheiro, a incerteza, tudo isso desperta em nós o sentimento de fuga e um desejo infantil de mudar de vida, assim, de um momento para o outro.

Em adultos deslumbramo-nos com as histórias de quem teve a coragem de sair daqui, de quem teve coragem de ir à luta. É certo que também tenho esses dias, esse desejo, ou até essa admiração, por quem já fez mais que eu. Porém, noutros dias, acho que ter coragem será ficar e lutar num país, ou até mesmo numa cidade resignada, parada, morta. Haverá maior luta que essa?

Fugir, quando se tem pouco, talvez não custe tanto. A bagagem e as saudades não pesam nos muitos quilómetros a fazer. Fugir, quando se tem ou se teve muito, faz sempre pensar naquilo que fica e num possível fracasso dessa fuga. Foge-se por um ideal, por um objetivo, por uma ambição, por um ser maior que nós próprios, por uma falta de identificação com um país que nada faz pelo orgulho nacional e pelas suas gentes.

Fugimos, sempre, para mudar de vida. Para conquistar uma qualidade que a torne melhor, seja o amor que descobrimos noutra parte do mundo, do país, a oportunidade da carreira de sucesso, o desejo de nos tornarmos cidadãos do mundo, a incapacidade de assentar num só local.

Fugir é raramente altruísta, porque antes de fugirmos de alguma coisa, estamos tantas vezes apenas a fugir de nós.
 
 
 
 
Ainda assim, a fuga dos outros, faz-me pensar se tenho essa capacidade e esse espírito, ou se fui feita para ficar.
 
 

 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Pequenos desabafos #5


Tenho saudades tuas, saudades dos teus olhos em mim. Saudades do teu sorriso e do aconchego dos teus braços. Da tua voz e de tudo aquilo que de bom dissemos um ao outro.

Hoje vivo com a tua ausência, com o teu silêncio e com a minha revolta.

"O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções.
E nunca será o tempo que vai curar a ausência."







Tenho saudades tuas.



Que futuro?

Perante esta maldita crise e o futuro incerto que a mesma acarreta estamos constantemente a mudar de opinião. Dou por mim a idealizar um projeto quando no dia seguinte deixa de ter sentido. Acredito, deixo de acreditar, iludo-me, apercebo-me na realidade. Desconfio, sempre, pois ninguém sabe como será o futuro, porque não há planos concretos de crescimento, porque nada nos garante que as coisas vão melhorar.

Com isto tudo dou por mim a tornar-me mais exigente e intransigente do que nunca. Numa altura de crise gravíssima como a que estamos a viver, indigno-me ainda mais perante a corrupção, a injustiça, a falta de valores.

Quero acreditar que todos os sacrifícios e mudanças terão um sentido válido e construtivo. Quero acreditar que daqui a uns anos olharei para trás e vejo que esta crise foi uma oportunidade para aprender e evoluir.
 

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Amores impossíveis

Quantos de nós não terá uma história de um amor ou até, de uma paixão impossível? Todos nós, mesmo os mais insensatos de coração terão uma história de natureza muito diversa. Desde a nossa entrada no mundo das paixões, dos amores que dão cor à nossa vida, todos temos uma história que não seguiu em frente.
A este propósito lia há dias, um pequeno texto sobre um exemplo de amores impossíveis. Amores incapazes de ultrapassar a fronteira… do casamento. De facto, dificilmente uma relação sem prazo, sem compromisso, sem “nada em concreto”, sem garantias de eternidade, se torna uma relação completa, apenas se tornará, com toda a certeza, num encontro de corpos com almas depositadas noutros espaços, bem mais seguros, estáveis, socialmente aceites e moralmente inatacáveis.

“Aconteça o que acontecer, sempre gostarei de ti”. É uma espécie de missão impossível, compreender racionalmente o que é irracional numa relação amantizada. Reinará a irracionalidade do amor impossível, até surgirem os primeiros laivos de racionalidade, até então o tempo escorre sem compromissos, com “calma e tranquilidade” que nenhum amor, nenhuma relação estável e solidamente construída, algum dia se atreverá a ter. A clandestinidade é a sua força e, no seu oposto, a sua fragilidade, acompanhada de um conjunto de transgressões dignas de qualquer adolescente, mas carregadas de adrenalina e simbolismo na altura em que são vividas.

Com isto, o tempo vai lentamente matando os amores impossíveis. As mágoas de quem se sente incapaz de mudar mas que continua a prometer uma relação normal, como amuos, desconfianças e juras de amor eterno, de acordar lado a lado, mesmo ambos sabendo, desde o início, que o fim acabará por surgir, por vontade própria ou por assalto de quem se sente enganado.
 
Ficarão as memórias, as boas memórias, as lealdades de quem viveu escondido, os segredos só conhecidos por quem os viveu, as dúvidas sobre o futuro, a ficção da felicidade.

 
 
 
 Inspiração retirada de uma crónica do Psiquiatra, José Gameiro, in Expresso – Revista.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Programa Novas Oportunidades: o fim... há muito anunciado.

Como já aqui tinha referido, o novo ano arrastou-me pela primeira vez para o desemprego. Após algumas semanas de inatividade laboral, voltei novamente, até finais de março de 2013 ao centro Novas Oportunidades onde trabalhei nos últimos cinco anos... para o fechar de vez. É com melancolia, saudade e tristeza que vejo tudo terminar de uma forma tão inglória.
 
De facto, o fim das Novas Oportunidades, há muito estava anunciado. Relembremos as declarações de Passos Coelho aquando da campanha, classificando o programa como «um escândalo» ou «uma credenciação à ignorância». O atual PM anunciou nessa mesma ocasião que, se formasse executivo, instauraria uma auditoria externa à iniciativa lançada pelos governos socialistas.
 
Nada mais absurdo. O cúmulo é falar-se sem saber. Aliás, Pedro Passos Coelho, à semelhança de muitos comentadores políticos que pautam o panorama nacional não têm conhecimento de causa. Limitam-se a analisar a questão e retirar as suas próprias ilações. Sem conhecimento de causa. Sem saber na realidade como as coisas são no terreno. Mas não. O importante é quebrar com ideologias passadas, quebrar um ciclo associado a Sócrates e ao governo Socialista, sem analisar os estudos independentes da Universidade Católica que já existiam.
 
Por isso, desde o ínicio, que sempre se associou a vitória da maioria PSD/CDS ao fim deste programa. No entanto, para não serem alvo de críticas e para não terminarem de rompante como era sua intenção, Pedro Passos Coelho e o seu executivo decidiram pedir uma avaliação aos centros Novas Oportunidades, afirmando por essa altura que a tomada de decisão estaria dependente do resultado da avaliação.
 
Tal estudo, encomendado à medida ao Instituto Superior Técnico (não percebo porque não terá sido à Lusófona), concluiu aquilo que este executivo queria que se concluisse: que os processos RVCC só tiveram impacto significativo no aumento da probabilidade de emprego para um desempregado quando se trataram de RVCC Profissional ou quando estivessem associados a Formações Modulares Certificadas. Neste último caso, o efeito era mais significativo em adultos com baixas qualificações (1.º ao 3.º ciclo). Por outro lado, referia que o impato dos processos RVCC sobre as remunerações é praticamente nulo.  Referia ainda que o impato do processo de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) nas condições de emprego e remuneração "é muito reduzido".
 
Pergunto eu - porque julgo que por vezes deverei ser demasiado ignorante - não estamos nós a atravessar uma crise económica??!? Avaliar um programa à luz daquilo que mais quebras tem sofrido na nossa sociedade: salário e emprego?? Porque não avaliam por isso as Universidade e Politécnicos deste país que licenciam todos os anos centenas de jovens e adultos e que em nada influencia a sua condição? Muito pelo contrário, o desemprego dos jovens licenciados nunca apresentou taxas de desemprego tão altas! Iremos também fechar essas instituições de ensino superior?!
 
Não. Interessar fechar tudo aquilo que representam ideologias passadas e ponto final.
 
O processo RVCC, mais especificamente, permitia que adultos, maiores de 18 anos pudessem ver as suas experiências de vida, por vezes tão vasta e rica, à luz de um referencial de competências-chave certificadas, obtendo com isso uma equivalência escolar. Não era um certificado dado. Muito pelo contrário, muitos eram aqueles que não detinham experiências de vida que fossem ao encontro daquilo que era exigido e por isso obtinham a certificação parcial, necessitando para isso a frequência em diversas formações de forma a obter a certificação total que lhes permitia nesse caso a obtenção de um nível escolar de 4º, 6º, 9º ou 12º ano. Mas também, muitos foram aqueles que fizeram jus ao célebre ditado: "Não há melhor escola, que a escola da vida".
 
Terei saudades das pessoas que conheci ao longo destes anos, terei saudades daquilo que me enriqueceu enquanto pessoa e enquanto profissional, das histórias de vida, ora tristes, ora bem felizes que conheci.
 
As Novas Oportunidades foram de facto para mim, uma grande escola. E como tudo o que se torna grandioso na vida de cada um... terá sempre um lugar no coração.
 
E sim, agora é de vez! Estou desempregada! Obrigada Nuno Crato e Passos Coelho. Vou procurar a minha "janela de oportunidade".
 
 


 

terça-feira, 19 de março de 2013

Os homens da minha vida


Neste dia, em que os nossos pais são protagonistas, não consigo dissociar este dia ao significado que o meu avô/padrinho teve na minha vida. É com especial carinho que me lembro das suas palavras sempre tão sábias, da calma e da segurança que transparecia. Por ele tenho um amor incontrolável e maior que todos os oceanos. Hoje sinto especialmente a sua falta….
 
O meu pai, que desejo que seja eterno e com quem quero continuar a partilhar a minha vida.
 
Neste dia, não consigo deixar de pensar nestes dois homens. Ambos, meus pais, cada um com o seu papel e com o seu espaço no meu coração, ficarão para sempre ligados a mim, através de recordações, memórias, palavras, conselhos e... um ADN.
 
Porque hoje olho para a minha filha e sei que aquela alegria, aquela felicidade genuína e pura que ela sente quando está com o avô e com o pai, é a mesma que eu sentia quando descobria o mundo pelas mãos dos dois homens, para sempre, mais importantes da minha vida.
 
A eles, os dois, e ao pai da minha filha, dedico este post de hoje.

 
Feliz dia do Pai!


 
 
 

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dia Internacional da Mulher

Feliz Dia da Mulher para mim.
 
Que depois de uma manhã de nervos em que descobri que fui burlada, ainda recebo uma multa por excesso de velocidade.
 
Que nos meus únicos 30 minutos de pausa de uma jornada de trabalho que terminará só às 22 horas, vou a correr buscar a minha filha à creche e deixá-la com o pai que se preparava para ir para o café.
 
Sim... vida boa.
 
P.S: acabo de receber uma foto da minha pequenina toda sorridente a jantar. Isto sim é a melhor prenda do mundo e o maior tesouro que me faz agradecer... SER MULHER.


segunda-feira, 4 de março de 2013

Paixão não é amor

Desde novos que ouvimos repetidamente : "quando amares, saberás que é amor". Explicação simples a algo tão complexo. Ou ainda "sentirás em friozinho da barriga e o teu corpo a tremer, quererás também estar sempre só com essa pessoa". Mas não. O amor não é isso, assim como aquela história de amor à primeira vista. Afirmações e pensamentos utópicos.
 
Nada é mais verdade que tendemos a confundir a paixão ao amor. Algumas vezes (rarrrrraaas) também confundi estes sentimentos, julgava eu amar, quando simplesmente estava apaixonada. E como em quase tudo na vida, a paixão desvanece  com quase a mesma rapidez com que surge.  A paixão não é mais que um passo passageiro, mas necessário, para chegarmos ao amor.
 
É na fase da paixão (que dizem os especialistas durar cerca de 2 anos) que conhecemos muito da outra pessoa. Como está na vida, como se comporta, como se projeta no futuro, quais os seus valores, preconceitos, o que lhe alegra a vida, o que a entristece, o que a chateia. No fundo, a sua escala de valores que irá permitir aferir a compatibilidade um do outro e que poderão ser tão diferentes! E é aqui que a paixão acaba e .... começa o amor e....  a possibilidade de equacionarmos a possibilidade de vida a dois.
 
Tendencialmente, enquanto adolescentes (e diga-se mesmo enquanto adultos) olhamos sempre, numa fase inicial, para qualquer relacionamento como um amor para a vida. Por isso não me admiro quando vejo adolescentes a proclamar amor para toda a vida no facebook, a trocarem mensagens de amor, músicas de amor, e tanto amor que.... bláááá enjoa! Irá a experiência da vida (ohhh lembro-me da minha mãe me dizer isso com 15 anos quando me queria afastar do meu primeiro namorado) mostrar-lhes que paixão não é amor. E amor... chega com alguma sabedoria... e paciência!
 
Mas sobre este assunto, falarei mais.... sim muito mais!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Terapia de.... compras


Nem mais! COMPRAS!! Sim! Nada melhor que uma sessão de compras para levantar o baixo astral de qualquer mulher (e de alguns homens diga-se de passagem). E hoje é o dia!
 
De facto, as compras são uma excelente terapia e acaba por ser bem melhor do que passar meia vida entre psicoterapeutas e antidepressivos (o que pode ser útil em situações limite assumo) e que, na minha humilde opinião, não vai encher-nos tanto o ego quanto aquele vestidinho ou aqueles sapatinhos novos da coleção primavera/verão.
 
Numa simples ida às compras encontrámos a expressão ideal para justificar o dinheiro que usamos em materiais de uso pessoal. Não passamos uma estação muito mais feliz quando combinamos aquele casaco com as botas do último grito da moda? Não valerá por isso muito mais esse investimento do que uma consulta de psicologia semanal, durante no mínimo um ano? E pior cenário ainda, ir a esse consultório sem nenhum trapinho de jeito quando o médico é até um tipo giro! Não. As consultas não iriam surtir efeito.
 
Depois das compras e seguindo a mesma "terapia", temos o Cabeleireiro, SPA ou uma simples manicure, que pode operar mais maravilhas numa hora ou duas, do que uma caixa de ansiolíticos demoraria mais de um mês a fazer efeito...e pelo mesmo preço.
 
 

 
 
A próxima vez que vos acusarem de gastar dinheiro, de serem fúteis, não se esqueçam de responder: “não, fui cuidar do meu investimento em autoestima".
 

Os tipos de adultos de hoje

Ninguém poderá negar que o ser adulto de hoje está completamente desajustado ao ser adulto do tempo dos nossos pais. Em boa verdade, passamos a partir dos 18 anos a ser adultos perante a lei, mas o que acontece na realidade foge muito desse patamar de idade.
 
Quando passaremos nós a ser adultos? Que acontecimento da nossa vida fica associado à maioridade? Será o modelo tradicional de entrar para o mundo do trabalho, casar e ter filhos? Não. As regras mudaram, assim como os hábitos, as mentalidades e os relacionamentos.
 
Estamos atualmente perante um novo adulto, um modelo que se massifica: o novo adulto é aquele que se move na mudança e na incerteza, que vive cheio de dilemas, que se questiona e, voluntariamente ou não, se reinventa constantemente. O novo adulto mantém características da adolescência, mas consegue, simultaneamente, conjugá-las com outras, próprias do adulto tradicional.
 
Na verdade, não somos, nem seremos, os adultos que os nossos pais foram com 20, 30 ou 40 anos.
 
Segundo um estudo sociológico muito interessante que pude ler (www.seradulto.com) existem 3 tipos de adultos (tão verdade!!!):
 
O adulto padrão:
- Tem entre 45 e 54 anos de idade;
- É casado;
- A maior parte vive num mundo rural;
- Tem um baixo nível de ensino;
- Tem uma profissão pouco qualificada.
 
O adulto híbrido:
-Tem entre 25 e 44 anos;
- A maior parte vive na cidade;
-Tem um relacionamento estável;
-Tem escolaridade até ao terceiro ciclo do ensino básico ou ensino secundário;
-Tem uma profissão de qualificação intermédia.
 
O adulto inacabado:
- Tem entre 25 e 44 anos;
- Vive na cidade ( com especial enfoque nas grandes cidades);
- Vive em união de facto, é divorciado ou solteiro;
- Tem o ensino secundário ou uma licenciatura;
- Tem uma profissão liberal.
 
 
O adulto inacabado é o que eu chamo adulto "imparável". Vá.... vamos falar de adultos HOMENS! Este adulto é o típico homem que não se associa à idade que tem. São uma espécie de metamorfose permanente. Para eles, a vida é como uma linha sem pressões cronológicas. Facilmente mudam de parceira, podem ter filhos, embora mais tarde que os dois primeiros tipos de adultos. É o adulto das novas profissões e dos novos modelos conjugais, que só faz projetos a curto ou médio prazo. Dá valor ao convívio com os amigos, aos cuidados de saúde e à imagem. Acima de tudo, é um adulto que preza e se gaba da sua independência.
 
Nem mais!
 
Mais alguém (como eu) conhece este tipo de adultos inacabados??
 
 
Vá, eu sei que não nos devemos fiar nas aparências e muito menos em imagens, mas....
 
 
que tipo de adulto será este?

 
e este?
 
 
BINGO!
 
 

 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Tudo aquilo que te deveria dizer...

Se há algo que repudio é a ingratidão. E mesmo assim… sou tão ingrata! Ingrata por não te dar o devido valor.
Ingrata por já te ter feito chorar com os meus dilemas existenciais.
Ingrata que mesmo depois de um dia de trabalho extenuante para ti e de cuidares da nossa filha continuo a exigir mais de ti.
 
Ingrata por não aceitar os teus mimos e o teu carinho.
 
Ingrata por, por vezes, te tratar tão friamente.
 
Ingrata por não falar contigo as vezes que deveria falar e desabafar quando necessito de o fazer….
 
Porque tu… estás sempre lá. E mesmo apesar desta minha ingratidão toda, AMO-TE como sempre te amei.
 
 
 

Existe uma linha que separa o físico do sentimental?

Cada vez me apercebo mais sobre a dificuldade de se rotular uma situação, em assumir: “É a minha namorada”. Sinais dos tempos e da facilidade com que as pessoas interagem e se envolvem.
 
Até há bem pouco tempo, o estado civil e as relações passavam por: amigos, solteiros, namorados, casados, divorciados e viúvos. Nada mais e ponto final. Agora, para além desses, temos "a andar", "amigos coloridos", "curtimos uma vez", "vamos ver no que dá" ou "é complicado".

Não quero com isto dizer que seja pior, muito pelo contrário, é sinal dos tempos onde é dada liberdade e autonomia tanto a homens como a mulheres. Cada um é dono de si e faz o que bem entender da sua vida. No entanto assumo que não me revejo neste modelo pós-moderno, em dar o corpo sem dar o resto, sem haver envolvimento sentimental, pois só assim consigo conceber uma relação entre duas pessoas. O envolvimento com a outra pessoa tem de ter significado, para haver amor, tem que existir amor e/ou paixão, tão simples quanto isso.

Depois há aquela parte em que não acredito que haja relações assim tão frias, tão descartáveis em que não se criem expetativas, em que não haja um momento sequer que não exigimos nada em troca do outro.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Libertar a Isabel dos Santos que há em nós!... Ou não!

De acordo com a revista Forbes (aquela revista onde ansiamos que um dia o nosso nome conste - assim sejamos premiados com alguns jackpot´s do Euromilhões, Lotaria do Natal e afins) elegeu Isabel dos Santos como a primeira bilionária do continente africano. Com uma fortuna acima da fasquia de mil milhões de dólares, a filha mais velha do Presidente Angolano é licenciada em gestão de empresas e engenharia elétrica e casada com o filho do Presidente da vizinha República Democrática do Congo (ui que coincidência!).

Incrível como num cenário tão adverso como Angola se consegue construir uma fortuna deste calibre. Como exemplo: uma mortalidade infantil de 260 em cada mil nados vivos, uma esperança média de vida que se situa nos 37,92 anos e tantos outros fenómenos sociais e demográficos que muito transmitem acerca do estado de desenvolvimento deste país.

Com 25 anos abre o seu primeiro negócio, um restaurante em Luanda e hoje, aos 40, com as ações de empresas cotadas em Portugal, caso do BPI e da ZON, juntamente com ativos em Angola tornam-na na mulher mais rica do continente africano e não só.

Confesso até que poderá ter o seu próprio mérito. Trata-se de uma empresária robusta. E não é a única. Angola tem centenas de outros empresários super-ricos. O país vive atualmente num 'boom' de reconstrução depois de 40 anos de guerra. Mas Roma e Pavia não se fizeram num dia….

Quero na minha santa inocência libertar a Isabel dos Santos que há em mim (a de empreendedora) e conseguir também que aos 40 anos o meu nome conste nessa bendita lista. Penso que as cartas estão lançadas e o cenário não poderia ser o melhor: Portugal vive num cenário também ele adverso e com 27 anos (com 2 anos de atraso assumo) abri o meu primeiro micro micro micro negócio.
 
Qual é o próximo passo Isabel?
 
 
 
 
P.S: Estou disponível para qualquer proposta de emprego que a Isabel, o seu pai ou qualquer capitalista Angolano me tenha para oferecer.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

30 de janeiro - dia da saudade

Saudade - sentir falta de algo, acontecimento ou alguém.
 
Qualquer pessoa sentirá saudade. Inevitavelmente. Umas mais do que outras é certo, mas existirá em qualquer Ser Humano. Há sempre um momento ou alguém que nos marcou e que, na sua ausência deixa um vazio. A saudade faz juz à célebre frase "Oh tempo volta para trás".
 
Na verdade nos dois opostos da saudade existe a esperança e .... a depressão.
A esperança que esses bons momentos passados nos projectem para outros melhores no futuro é uma saudade caracterizada por um "até já alegria". A depressão, pelo contrário, surge na tristeza das memórias de acontecimentos passados que não voltam mais, é um olhar para trás e não ter a capacidade de nos projetarmos no futuro.
 
Hoje, é com melancolia que recordo boas pessoas e bons momentos da minha vida.
 
Os meus padrinhos por quem eu faria tudo para os ter um minuto apenas comigo para lhes dizer tudo o que não lhes disse em vida: que os amo, amo, amo e amo e que por eles faria tudo.
 
Os bons momentos em família, a alegria e o êxtase do meu casamento, a magia da gravidez... sinto saudades disso... e saudades de pessoas que queria mais perto de mim...
 
Mas do que sinto mais saudades... é das coisas simples da vida que me faziam tão feliz.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O medo da solidão

Solidão não é necessariamente estar só. É também sentir-se só... profundamente só. E quando mais medo sentimos da solidão, mais ela toma espaço na nossa vida. Casamos ou namoramos para ter alguém, mas nem sempre estar acompanhado é... ter companhia.

Solidão procura solidão e, quanto mais uma pessoa se isola, à medida que o tempo vai passando, mais isolada quer estar. Quando as pessoas se apercebem que a solidão é a sua companhia, o rosto entristece, a alma desvanece, um forte pesar parece invadir o pensamento. O cenário torna-se deprimente. O futuro sem esperança.
 


Houve momentos passados que me senti assim... confesso. E na verdade, mesmo rodeada de mil e uma atividades a solidão pode tomar conta de nós de uma forma assustadora, porque com ela, a solidão traz consigo milhares de sentimentos negativistas.
 
Segundo um sociólogo americano, Roberto Weiss, a tendência para a solidão surge mais em individuos do sexo feminino, normalmente entre os 18 e os 25 anos e são os momentos de mudança decorrentes da nossa vida que pode trazer consigo este sentimento: o desemprego, a saída da faculdade, a mudança de residência, um divórcio, a maternidade, a saída da casa dos pais, entre outros. A mesma pesquisa de Weiss refere que a solidão é maior nas pessoas solteiras mas em contrário, as pessoas divorciadas e viúvas são quem mais sofrem com este paradigma. Existe outro padrão, as pessoas que se sentem só têm por hábito ver televisão (horas e horas) - 60%, e ouvir música - 57%. Acrescento, por senso comum, que as pessoas que se sentem só, dispõem de várias horas ao computador, sendo os jogos virtuais e até mesmo as redes sociais duas dessas ocupações solitárias.
 
Na verdade, as histórias de solidão mexem comigo. Fazem despoletar a Maria Madalena que sempre existiu em mim. Foi ontem, na espera de uma consulta no Centro de saúde que me daparei com mais um caso de solidão. Neste caso, solidão não só psicológica como física. E ambas me comovem....
 
Encontrei um homem idoso que me parece ter sido esquecido por todos. Terá família, sobrinhos, filhos, algúem que lhe dê amparo? Um homem idoso que foi esquecido por todos, que anda pela vida como um fantasma que ninguém vê, a quem ninguém liga, incapaz de criar uma reacção em ninguém. Ali estava ele, sentado, em silêncio, e ali esteve durante horas e horas, quase que como transparente. Quando se tentou levantar, já desidratado de não comer e de os músculos terem estado em inatividade aquele tempo todo, não o conseguiu. Não se sabia explicar, nem o que estava ali a fazer nem como ir para casa. Consigo trazia um saco de plástico com o papel da alta do hospital de há uma semana e uma caixa de comprimidos. Ali estava aquele homem... sozinho e desamprado num mundo e numa sociedade em que os idosos são uma população a descartar devido à azáfama que pauta as vidas dos cidadãos contemporâneos.
 
Há muita gente sozinha por este mundo fora. Não só idosos, mas mulheres que foram amadas, que amaram, que tiveram filhos que hoje lhe ocupam parte dos dias, mas que depois, quando o sono os leva para a cama, perdem a vida, deixam de ser mães e também não conseguem sentir-se mais nada, nem mulheres, nem amigas, nem pessoas que podem voltar a ser amadas por outro homem.
 


Eu própria já me senti assim. Na verdade, a mais dificil das tarefas é conseguirmos dar a volta olhando para tudo o que a vida tem de bom. A nossa vida pode não ser de facto o conto de fadas que idealizamos desde pequenos e nem a vida que tão pouco ambicionamos. Mas existe tanta gente com muito menos que nós. Gente que passa fome, gente que perdeu os filhos, os pais, gente doente que luta para viver e gente que mesmo contra todas estas vicissitudes, sabe ser feliz com o que a vida lhe reservou... e que é tão pouco.
 
O que sei, apenas, é que temos que nos agarrar ao que temos de bom, mostrar um sorriso a quem gosta de nós para conseguirmos receber outro em troca. E se para quem está sozinho isso vale alguma coisa, para quem vive em solidão poderá valer ainda mais.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Change

De facto, faz um mês que não enriquecia este blogue. Um mês em que deixei de colocar desabafos de tudo e mais alguma coisa. Na verdade, os últimos tempos não têm sido propícios a qualquer inspiração digna de ser aqui colocada.
A entrada de um novo ano traz sempre consigo uma mensagem de esperança e desejos de uma nova vida e novas concretizações.
Para mim, a entrada de 2013 trouxe consigo o peso do desemprego e a consciência que este novo ano será ainda mais dificil que o que termina.
Pela primeira vez... estou desempregada (lá diz o ditado que há uma primeira vez para tudo!).
 
Que esta rasteira seja uma oportunidade..... para mudar.
 
 
"A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro."