segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A nossa exigência perante o amor


Penso que à medida que nos vamos tornando mais velhos, aumentam as possibilidades de encontramos a “pessoa” da nossa vida, mas também… as probabilidades de ficarmos sozinhos. O nosso crescimento traz sabedoria, mas também exigência, e acabamos por ser todos tão exigentes em relação ao amor! Eu acho que a maioria das pessoas vive triste porque no fundo idealiza e cultiva um amor sem objeto. Um amor à procura de um amante, de um amigo e de um companheiro.

Poucos serão os que se podem orgulhar de o amor “ter-lhes batido à porta”. Mas na minha opinião este cenário será demasiado fantasioso. Assim como a ideia que o amor surgirá no caminho de casa para o trabalho. O amor, não nos bate à porta, entra sim pela casa dentro. Mas deixar o amor entrar, dar oportunidades ao amor, não é permanecer agarrado aos amigos do trabalho nem às relações que vêm da escola. Infelizmente, devido às relações sociais que estabelecemos desde sempre, a probabilidade de encontrar alguém diminui.  E sim, porque a nossa exigência dos anos também nos leva a ver defeitos, que à luz das nossas relações falhadas atingem uma dimensão tal que não permitimos qualquer aproximação.

Dizia-me uma colega de trabalho em relação ao filho, 35 anos, solteiro, bem-parecido, mas que continua a saltitar de relação em relação, e de relações de fins-de-semana a relações de verão, dizendo que “não encontra mulheres sérias”. Mas será mesmo assim? Não seremos nós demasiado idealistas em relação à pessoa que queremos a nosso lado? Acredito, e desculpem-me a sensatez, que saltitar de relação em relação é a antítese para a descoberta de um grande amor. Porque a forma descartável como vivemos as relações faz com que hostilizemos um verdadeiro amor que nos possa surgir. É verdade que os contos de fadas não existem, mas saberemos nós dar oportunidade ao amor? Será a culpa sempre dos outros?

1 comentário:

  1. Cada um dá a justificação que quer.
    E é sempre mais fácil fugir: porque se acabar não te magoas, porque se não resultar não dói porque afinal...não há nada.
    Justificações. Desculpas para não te relacionares com o outro.
    Mas sim, a exigência está dentro de nós. Tu, não sei quantas desilusões tiveste, mas quem tem muitas chega a uma altura em que já está cansado e é como dizem: "Gato escaldado de água fria tem medo."
    O que escreveste também pode ser visto de várias formas, é um assunto com pano para mangas e cada pessoa terá o seu ponto de vista, a sua opinião.
    Esta é a minha, ainda que muito básica.

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