À semelhança do que aconteceu em décadas passadas, com o seu
maior impulso na década de 60, Portugal volta a apresentar taxas surpreendentes
de emigração.
Filha de emigrantes, sei o que é procurar num país distante
uma sorte maior àquela que se tem no nosso país.
Segundo dados INE, saíram de junho de 2011 a junho de 2012,
perto de 65 mil jovens com idades entre os 25 e
os 34 anos da população ativa portuguesa e quase 100.000 da população total.
Mais triste do que
ver amigos e familiares emigrar à procura de condições mais dignas de vida:
direito a um trabalho e a um ordenado justo, é ver sair deste país a “nata”
deste povo. Sim, acredito que os que saem acabam por ser os melhores de nós.
Pessoas que não se contentam com o pouco ou com o nada que o país tem para
oferecer, pessoas que assumem riscos, pessoas que arregaçam mangas e vão à luta, pessoas com iniciativas e
determinadas, pessoas que no fundo, não esperam que os problemas se resolvam
por si.
Sim eu quero ser
uma dessas pessoas que parte à luta. Muito provavelmente serei mais uma jovem
que irá engrossar a taxa de emigração de 2013. Neste mundo globalizado onde
deixou de haver fronteiras, não devemos ter medo de partir à luta e deixar o
nosso “ninho”.
Não valerá de nada
queixarmo-nos se nada fizermos, é certo que nos deveríamos todos esforçar para
ter um país onde não fosse necessário emigrar, mas é uma luta a médio/ longo
prazo. Portugal não mudará em 2013 nem 2014, nem nos anos seguintes. O mal
deste país é crónico e serão necessárias décadas para reconstruir a nossa
economia. Até lá, a curto prazo, o povo português tem as suas necessidades mais
básicas para serem cumpridas e cabe aos lutadores partir.
No entanto, ao
contrário do início da segunda década XX, quem emigra não são os desqualificados
do campo, e sim os qualificados das nossas universidades aos quais investimos e
vemos agora partir com a esperança que lhes seja reconhecido o seu devido valor.
De facto, o
problema da nossa economia é não produzir, mas será que não produzimos mesmo? Portugal
produz e exporta atualmente um dos seus maiores bens: o seu povo.
Viver neste país
tornou-se demasiado caro e desgraça não será de todo partir… desgraça é viver neste país
sem futuro!
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