segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Portugal e o seu maldito fado: a emigração.


À semelhança do que aconteceu em décadas passadas, com o seu maior impulso na década de 60, Portugal volta a apresentar taxas surpreendentes de emigração.

Filha de emigrantes, sei o que é procurar num país distante uma sorte maior àquela que se tem no nosso país.

Segundo dados INE, saíram de junho de 2011 a junho de 2012, perto de 65 mil jovens com idades entre os 25 e os 34 anos da população ativa portuguesa e quase 100.000 da população total.

Mais triste do que ver amigos e familiares emigrar à procura de condições mais dignas de vida: direito a um trabalho e a um ordenado justo, é ver sair deste país a “nata” deste povo. Sim, acredito que os que saem acabam por ser os melhores de nós. Pessoas que não se contentam com o pouco ou com o nada que o país tem para oferecer, pessoas que assumem riscos, pessoas que arregaçam mangas e vão à luta, pessoas com iniciativas e determinadas, pessoas que no fundo, não esperam que os problemas se resolvam por si.

Sim eu quero ser uma dessas pessoas que parte à luta. Muito provavelmente serei mais uma jovem que irá engrossar a taxa de emigração de 2013. Neste mundo globalizado onde deixou de haver fronteiras, não devemos ter medo de partir à luta e deixar o nosso “ninho”.

Não valerá de nada queixarmo-nos se nada fizermos, é certo que nos deveríamos todos esforçar para ter um país onde não fosse necessário emigrar, mas é uma luta a médio/ longo prazo. Portugal não mudará em 2013 nem 2014, nem nos anos seguintes. O mal deste país é crónico e serão necessárias décadas para reconstruir a nossa economia. Até lá, a curto prazo, o povo português tem as suas necessidades mais básicas para serem cumpridas e cabe aos lutadores partir.

No entanto, ao contrário do início da segunda década XX, quem emigra não são os desqualificados do campo, e sim os qualificados das nossas universidades aos quais investimos e vemos agora partir com a esperança que lhes seja reconhecido o seu devido valor.

De facto, o problema da nossa economia é não produzir, mas será que não produzimos mesmo? Portugal produz e exporta atualmente um dos seus maiores bens: o seu povo.

Viver neste país tornou-se demasiado caro e desgraça não será de todo partir… desgraça é viver neste país sem futuro!

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