Qualquer casamento (mesmo que
assim não seja) é para toda a vida... ao contrário do amor.
Na verdade, a grande maioria dos
casamentos “para toda a vida” são aqueles que resistem na ausência de afetos.
Compreendo que é bem mais fácil resignarmo-nos e acomodamo-nos do que partir à
luta e muitas vezes… perder. Perder tudo aquilo que nos leva a ficar acomodados
a um casamento: família, filhos, casa, contas…
Mas em bom rigor, muitos
casamentos perdem a sua essência porque não cultivam o seu maior bem: o amor... e todo o amor precisa de atenção, de afetos,
carinhos, gestos e ... atitudes.
Mas como gerir um coração que
saltita entre compromissos profissionais, uma agenda familiar, um corpo
cansado, as corridas à creche, as lides domésticas, as birras das crianças, alguém
da família que atormenta dia após dia, um orçamento familiar sempre a esticar e
os lemúrios familiares?
Sem nos apercebermos, facilmente
colocamos o nosso trabalho em primeiro plano, os filhos em segundo e as
relações amorosas no fim da linha. De facto, com tanta atribulação de
compromissos, facilmente nos esquecemos de cultivar os gestos que existiam no
namoro, os pequenos gestos com que se cultivam as relações... e os casamentos.
Não, não é fácil gerir uma
vida... e muito menos um casamento, e pelo contrário, é tão fácil acabarmos por
sermos estranhos dentro da nossa própria casa... porque simplesmente dá-se um
tempo ou porque algo surge para fazer no detrimento de... conversar. E damos
mais um tempo à conversa e aos afetos, e sempre que desistimos de falar...
desistimos mais um pouco da pessoa a quem prometemos amor eterno.
É tão fácil esquecermo-nos de
namorar....
Um casamento pode, de facto, ser
para toda a vida, mas um amor descuidado nas atitudes e nos gestos... poderá
não ser para sempre.
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